segunda-feira, 15 de abril de 2013

Fiuk: ‘Resolvi surtar um pouco. Quero me livrar dos rótulos’


Fiuk e MC Sapão durante gravação da faixa “Toma, toma”
Foto: Reprodução do Facebook
RIO - No fim do mês passado, Fiuk lançou no iTunes a nova música “Toma, toma”, um funk com pegada samba rock que traz a participação de MC Sapão. A mudança tão radical no estilo de composição fez os fãs do cantor enviarem dezenas de tweets à Megazine pedindo uma entrevista com o astro pop sobre a faixa. Como desejo de fã é coisa séria, fomos atrás do rapaz para saber de onde surgiu a ideia de cantar um funk e também como andam as gravações de seu segundo trabalho solo, “Vira-lata”, que terá um pouco de rock, de samba, de hip-hop e o que mais der na telha de Fiuk.
O GLOBO: “Toma, toma, toma, toma/ O que você quer/ Eu nunca fui de negar fogo pra você mulher”. O refrão de “Toma, toma” fala de pegação, mas, no seu primeiro CD, “Sou eu”, você se mostrava um cara super romântico. Por que a mudança?
Fiuk: Todo mundo tem dois lados. Sempre me levei muito a sério, então gravar essa faixa foi um desafio para mim. Descobri que preciso curtir mais, falar um pouco mais de besteira, ser mais leve. Essa música não é um conto de fadas, é a realidade.
Você já foi vocalista da banda de rock Hori, depois enveredou pelas composições românticas... Você imaginou que um dia gravaria um funk?
Nunca na minha vida pensei que cantaria “toma, toma, toma, toma”! (risos) Se eu tivesse recebido a letra da música por e-mail, teria levado um susto. Mas ainda bem que a ouvi pela primeira vez já gravada, e fez todo sentido para mim. na hora pensei: “Isso é um barato!”.
Quais outros funkeiros você escuta?
MC Curinga, Naldo, claro, e esses hits engraçados, como “Ah lelek”.
Você sempre curtiu funk?
Não. Comecei a ouvir de um ano para cá. Dei uma relaxada, sabe. Abri minha mente para outros estilos e resolvi fazer uma mistura de tudo o que me faz pirar nesse novo CD.
Falando nisso, em que fase está o processo de gravação de “Vira-lata”, seu próximo álbum?
Estamos no finalzinho. Falta gravar a voz de duas músicas e também colocar a bateria em algumas faixas. Eu que estou gravando tudo: bateria, guitarra, violão e voz. Acho que fica pronto em duas semanas.
Por que misturar samba, hip-hop, funk, rock e pop em um mesmo trabalho?
Ah, e não esquece do house de balada! (risos) Quero me livrar dos rótulos. A verdade é que odeio qualquer tipo de prisão. Por que eu preciso fazer só rock ou só músicas românticas para o resto da vida? Resolvi surtar um pouco e fazer o que me dá prazer, independentemente do estilo.
O CD terá muitas participações. Fale um pouco delas.
Vai ter uma faixa do Thiaguinho, chamada “Eu não sou normal”; essa participação do Sapão; a Manu Gavassi; o Rappin Hood; e uma música com meu pai [o cantor Fábio Jr.], que vai ter uma batida meio funkeada. A parada está punk!
Como o Rappin Hood foi parar no álbum?
Essa é a melhor história do CD! Assim que a Hori acabou, eu fiquei uns três meses sem compor, com um monte de ideias embaralhadas na cabeça. Então, um belo dia, comecei a escrever um monte de versos com rimas. Dias depois, peguei um riff de guitarra que não saía da minha cabeça, coloquei de fundo, e passei a rimar em cima. Gravei tudo em casa, no meu estúdio improvisado, e mostrei para o meu pai. Ele falou: “Tá doido, moleque? Vai fazer hip-hop agora? Não tem nada a ver com você!”. A canção então ficou engavetada até que eu encontrei com o Rappin Hood em um aeroporto. Ele era o cara que eu queria que gravasse a música comigo. Tomei coragem, cutuquei o sujeito e disse que queria mostrar um rap que eu tinha feito. Ele caiu na gargalhada! Então eu disse: “Ouve aí primeiro e depois você pode me zoar”. Por sorte, eu estava com a demo no celular. Ele ouviu 30 segundos da música, olhou torto para mim e falou: “Até que esse branquinho faz rima melhor que muito negão que eu conheço! Anota meu número aí!”. Pronto, viramos parceiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário